15.11.08

Strange Love

(or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb)

"Os quatro primeiros volumes eram constituídos por uma impressionante acumulação de números e de informações factuais sobre as vítimas de massacres ao longo da história (...) 'não me interessou o confronto de duas forças, por mais desiguais que fossem, interessou-me apenas a Força quando se confronta com a fraqueza'; definindo Busbeck a Força como 'matéria com energia para pôr em perigo uma outra matéria' e a fraqueza como 'matéria com energia vazia', ou seja: 'sem possibilidades de colocar em situação de perigo uma matéria próxima'.
O doutor Busbeck explicava ainda, logo no primeiro volume, que estes dois conceitos eram relativos à matéria vizinha: uma matéria forte era forte em relação à matéria situada imediatamente ao lado. Um povo fraco, isto é 'sem possibilidades de colocar em situação de perigo um determinado exército invasor' não deveria ser considerado, como salientava Busbeck, 'um povo bondoso' pois os factos não se deviam a uma questão de bondade de um lado - as vítimas - e de maldade do outro: os carrascos ou os que executavam o terror. Tratava-se simplesmente de uma questão de possibilidade e não de vontade ou desejo."

Gonçalo M. Tavares, Jerusalém, p. 210

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