28.1.08

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"- Quando começa a anoitecer há sempre uns momentos muito particulares. De cada vez que observo isto vem-me a mesma lembrança. Ainda era muito pequeno e andava a brincar na floresta a esta hora. A criada tinha-se afastado; eu não sabia, pensava que ela ainda estava perto de mim. De repente, alguma coisa me obrigou a levantar a cabeça, e percebi que estava só. Subitamente, tudo ficou silencioso. E ao olhar à minha volta foi como se as árvores formassem um círculo, em silêncio, e me olhassem. Comecei a chorar; sentia-me tão abandonado pelos adultos, entregue aquelas grandes criaturas sem vida... Que será isto? Voltei a ter muitas vezes a mesma sensação, este silêncio súbito que é como uma língua que não ouvimos..."

As perturbações do pupilo Törless (Robert Musil)

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