18.6.07

A

Escrever é tomarmos consciência da nossa singularidade. Do que fomos e somos. Em última análise, sim, escrever é uma forma de exílio. O diário - ou melhor o género que se designa por diário íntimo - é uma procura permanente da nossa individualidade.
(...)
Todo o diarista, e são inúmeros os exemplos que o comprovam, passa por fases contraditórias que são características afinal da prática diarística. Momentos de euforia e depressão, por vezes quase em simultâneo. Regra geral, o diário traduz um duplo movimento, a saber: um desejo de autoconhecimento em paralelo com a vontade de se inventar, de ser outro.

Marcello Duarte Mathias, em entrevista ao DN (22/05/2007)

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