Quero saber de quem é o meu passado.
De qual desses que fui? Do genebrino
Que compôs um hexâmetro latino
Que os lustrais anos têm apagado?
É da criança a procurar na inteira
Biblioteca do pai as pontuais
Curvaturas do mapa e as ferais
Formas que são o tigre e a pantera?
Ou daqueloutro que empurrou uma porta
Por trás da qual um homem lá morria
Para sempre, e beijou no claro dia
A face que se vai e a face morta?
Sou os que já não são. Inutilmente
Sou esta tarde essa perdida gente.
Jorge Luís Borges (A Rosa Profunda)
10.9.08
All Our Yesterdays
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1 comentário:
Não te analises.
Não procures no perfume das flores
a tempestade das raízes.
Nem queiras
desatar o fumo
do carvão das fogueiras.
Ama
com ossos de cinza
e cabelos de chama.
E deixa-te viver
em rio a correr...
José Gomes Ferreira,
Poeta Militante II
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