(apontamentos para uma (re)leitura)
"Depois de quatro anos passados em Genebra, Sabina vivia em Paris e nunca mais se recompunha da sua melancolia. Se lhe perguntassem o que lhe acontecera, não teria palavras para o dizer. Pode sempre explicar-se o drama de uma vida através da metáfora do peso. Costuma dizer-se que nos caiu um fardo em cima. Carregamos com esse fardo, suportamo-lo ou não o suportamos. Lutamos com ele, perdemos ou ganhamos. Mas o que acontecera ao certo a Sabina? Nada. Deixara um homem porque queria deixá-lo. Esse homem tinha vindo atrás dela? Tinha querido vingar-se? Não. O seu drama não era o drama do peso, mas o da leveza. O que se abatera sobre ela não era um fardo, mas a insustentável leveza do ser."
Milan Kundera (in, A Insustentável Leveza do Ser)
22.8.07
Voltas a mote próprio
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