Quando não havia linguagem o homem foi o autor da mais bela criação da Poesia. Os nomes: a língua.
Depois o homem quis saber como foi isto, o dos nomes, o da língua.
O homem insiste por não dar por concluída a sua mais bela criação da poesia. Há seguramente mais ocultamento do ser no oculto que permitiu o seu desocultamento em linguagem.
Desde os grunhidos pânicos até aos nomes das coisas o homem ficou seguro de ter deixado escapar-se o essencial.
Desde este escapanço, o pavoroso escapanço, o homem ficou condenado a criar. Ficou condenado à Poesia. Ficou condenado a criar o seu próprio lugar. O seu «onde». Tinha roubado o Fogo donde o Fogo estava no seu lugar.
José de Almada Negreiros (in Edoi Lelia Doura)
23.5.07
Poesia e Criação
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