29.5.07
25.5.07
Of God(s) and (Wo)men
Whoever seeks,
whoever seeks me finds me,
whoever finds me knows me,
whoever knows me loves me,
whoever loves me, I love too,
whomever I love, I kill.
Mainstreaming, Kaada
23.5.07
Poesia e Criação
Quando não havia linguagem o homem foi o autor da mais bela criação da Poesia. Os nomes: a língua.
Depois o homem quis saber como foi isto, o dos nomes, o da língua.
O homem insiste por não dar por concluída a sua mais bela criação da poesia. Há seguramente mais ocultamento do ser no oculto que permitiu o seu desocultamento em linguagem.
Desde os grunhidos pânicos até aos nomes das coisas o homem ficou seguro de ter deixado escapar-se o essencial.
Desde este escapanço, o pavoroso escapanço, o homem ficou condenado a criar. Ficou condenado à Poesia. Ficou condenado a criar o seu próprio lugar. O seu «onde». Tinha roubado o Fogo donde o Fogo estava no seu lugar.
José de Almada Negreiros (in Edoi Lelia Doura)
17.5.07
(aviso à navegação)
Nenhuma lógica se reclama para este blog. Nenhum traço de coerência ou vestígio de estrutura. Se o tem (se pode ser lido) é o que emerge naturalmente de não pretender tê-lo.
Matinée d'ivresse
O mon Bien ! O mon Beau ! Fanfare atroce où je ne trébuche point ! Chevalet féerique ! Hourra pour l'oeuvre inouïe et pour le corps merveilleux, pour la première fois ! Cela commença sous les rires des enfants, cela finira par eux. Ce poison va rester dans toutes nos veines même quand, la fanfare tournant, nous serons rendus à l'ancienne inharmonie.
(...)
Petite veille d'ivresse, sainte ! quand ce ne serait que pour le masque dont tu as gratifié. Nous t'affirmons, méthode ! Nous n'oublions pas que tu as glorifié hier chacun de nos âges. Nous avons foi au poison. Nous savons donner notre vie tout entière tous les jours.
Voici le temps des Assassins.
Illuminations (Arthur Rimbaud)
13.5.07
Reflection
9.5.07
Exortação
- Não fique nesta casa
eu a sorrir oferecendo-lhe açúcar como se não entendesse
- Pois claro
a Celina a apontar o jardim, o chão, a fazer sinais no sentido da estrada, a desenhar um telhado e um losango com as mãos, a afastá-las de súbito como se o telhado e o losango se desintegrassem no ar, a apontar de novo o chão, a fazer mais sinais no sentido da estrada, a sentar-se num cochicho exausto
- Não fique nesta casa
(...)
- É por não restar nada que fico nesta casa é por não restar absolutamente nada de nós que não me vou embora.
Exortação aos Crocodilos (António Lobo Antunes)
7.5.07
Syrinx, Ficção Pastoral (I)
Vou pôr um anúncio obsceno no diário
pedindo carne fresca pouco atlética
e nobres sentimentos de paixão.
Desejo um ser, como dizer, humano
Que por acaso me descubra a boca
e tenha como eu fendidos cascos
bífida língua azul e insolentes
maneiras de cantar dentro de água.
Vou querer que me ame e abandone
com igual e serena concisão
e faça do encontro relatório
ou poema que conste do sumário
nas escolas ali além das pontes
E espero ao telefone que me digam
se sou feliz, real, ou simplesmente
uma espuma de cinza em muitas mãos.
António Franco Alexandre
5.5.07
1.5.07
About certainty
- Do you feel quite sure of that, Dorian?
- Quite sure.
- Ah! then it must be an illusion. The things one feels absolutely certain about are never true. That is the fatality of faith, and the lesson of romance.
The Picture of Dorian Gray (Oscar Wilde)